26 de set. de 2009

O CAMINHO DO AMOR

"Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente”. (I Coríntios 12: 31)

Consideremos, pois, o amor é o primeiro caminho e o mais excelente a ser percorrido em direção ao reino. Muitos não se dispõem a trafegar por esse caminho, mas é o primeiro que devemos trilhar quando desejamos alcança-lo. Não existe nenhum atalho a ser tomado para se achegar a ele. Essa passagem é obrigatória, nunca existirá um caminho para o conhecimento do reino sem que antes experimentemos o conhecimento do amor.

O amor é a base onde o reino de Deus está construído.

Por amor, a salvação chegou a nós:

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3:16).

A profundidade desse amor que Deus tem por cada um de nós o fez tomar a séria decisão de abrir mão daquilo que era mais precioso para ele. Essa também é a mais sublime e mais excelente forma de medir o amor que somos capazes de comunicar aos outros, abrindo mão daquilo que temos e amamos, em prol da vida alheia.

Como poderemos dizer que pertencemos ao reino se não praticamos a arte de amar?

“Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos”.(João 15: 13)

“Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos”.(I João 3: 16)


Tentando definir o amor...

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.”

(Luís de Camões)

Tentar explicar o amor não é tão fácil como parece, pois ele é muito profundo para caber no quadro de referências das palavras porque o que se assemelha ao amor nem sempre é amor.

O amor é popularmente definido como algo brando e suave, mas essas são apenas algumas formas de expressão do amor, pois ele também pode ser expresso de uma forma totalmente diferente e mesmo assim continuar sendo amor.

O verdadeiro amor que Deus nos ensina é um ato evolutivo para nós quando o seu propósito é o desenvolvimento da outra pessoa.

“O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.

Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;

Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

tudo sofre tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

(1Coríntios 13: 4-7)


A corajosa decisão de amar

Assim como o perdão e a fé, o amor não é um sentimento, mas sim uma decisão. Precisamos estar decididos a amar cumprindo todos os requisitos que essa decisão requer de nós.

Amar nem sempre é fácil, principalmente quando o alvo é alguém que sempre quer nos fazer mal. Por isso à atitude de amar aqueles que nos perseguem é ter a coragem de transpor as barreiras da nossa vontade para cumprirmos o mandamento do amor através de uma força chamada querer, pois quando estamos querendo cumprir a lei do amor esse é um sinal de que estamos realmente começando a amar.

"Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros”. (I João 4: 11)

Quanto mais as pessoas se desenvolvem através da disciplina do amor, a compreensão da sua missão pessoal diante de Deus se amplia com maior velocidade.

"Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas”. (João 21: 16)

Talvez ainda não aprendemos sobre o amor do reino de Deus da forma que deveríamos ter aprendido, mas a verdade é que Deus nos ama muito e devemos corresponder a esse amor também amando todas as coisas que ele ama.

Muitas pessoas não se sentem amadas por Deus, mas essa ausência da percepção do amor de Deus não é capaz de fazer com que Deus deixe de amá-las, porque Deus as ama de maneira incondicional.

Precisamos decidir por crer no amor que Deus tem por nós simplesmente pela fé na sua palavra.

Paulo foi o Apóstolo do novo testamento que mais falou sobre o amor:

Todas as vossas coisas sejam feitas com amor.(1Coríntios16: 14)

“Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente”.(1Coríntios 12:31)

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes,

e não tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor,

nada disso me aproveitaria.

O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.

Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;

Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão;

havendo ciência, desaparecerá;”(1Coríntios 13:1-8)

Em suas palavras nesta primeira carta aos Coríntios, Paulo demonstrou que entendia sobre o assunto, mas apesar de conhecer profundamente sobre o amor, ele foi uma pessoa incompreendida em sua forma e expressão de amar ao aplicar as admoestações que foram necessárias para proteger a igreja de Cristo daquela época:

“Todavia Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo, e fixando os olhos nele,

Disse: Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor? (Atos 13: 9-10)

“E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles”.(Romanos 16:17)

“E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo”.(1Coríntios 3:1)

“Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo,

Seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus.

Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?”

(1Coríntios 5:4-6)

Paulo enfrentou incompreensão por parte de seus próprios discípulos em Corinto por sua “estranha” expressão de amar, mas mesmo assim, ele apresenta a sua defesa e esclarece os seus reais objetivos perante eles:

“Rogo-vos, pois, que, quando estiver presente, não me veja obrigado a usar com confiança da ousadia que espero ter com alguns, que nos julgam, como se andássemos segundo a carne.” (2Coríntios 10:2)

“Para que não pareça como se quisera intimidar-vos por cartas.

Porque as suas cartas, dizem, são graves e fortes, mas a presença do corpo é fraca, e a palavra desprezível.” (2Coríntios 10:9, 10)

Quisera eu me suportásseis um pouco na minha loucura! Suportai-me, porém, ainda.

Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo.”(2Coríntios 11:1, 2)

“Como a verdade de Cristo está em mim, esta glória não me será tirada nas regiões da Acaia.

Por quê? Porque não vos amo? Deus o sabe.”(2Coríntios 11:10, 11)

O profundo amor e zelo que Paulo tinha pela igreja de Corinto o fez ter a coragem de aplicar as admoestações que a igreja precisava receber naqueles dias, pois somente quem ama verdadeiramente pode se arriscar a ser rejeitado por falar a verdade aos que precisam ouvir.

O exemplo de Jesus, ao ser solicitado por Marta e Maria para que fosse rapidamente ao encontro de seu irmão Lázaro que estava enfermo, ele ainda demorou dois dias no lugar onde estava antes de ir atendê-lo:

“Ouvindo, pois, que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde estava” (João 11.6)

Essa estranha atitude de Jesus não era uma negligência ao drama que aquela família estava vivendo e também não representava uma ausência de afeto e amor por eles.

Jesus queria na verdade através daquela atitude, ensinar a respeito do verdadeiro amor do reino, pois no versículo de número cinco Jesus consubstancia essa afirmação:

Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro.(João 11:5)

Podemos afirmar com base nisso que, o fato de Deus não nos atender no tempo e da forma que queremos, não quer dizer que ele não nos ame, por isso nós precisamos ter a certeza do amor de Deus por nós, mesmo quando as coisas não estão indo bem.

Esta é a fé racional que Deus quer perceber em cada um de nós. Talvez você até hoje não tenha se sentido amado por Deus devido às grandes adversidades que você tem enfrentado durante a sua vida.

Devemos aceitar que somos amados por Deus porque a Bíblia nos afirma isso.

A atitude de um verdadeiro pai para com o filho pode ser divergente da expectativa que o filho tem a respeito do amor, mas a verdade é que o verdadeiro pai sempre age em amor.

Temos que agir pela palavra e nunca pela emoção se quiser mos realmente salvar a vida daqueles que amamos.

O amor do reino é o amor de Deus, e esse amor de Deus por nós não está condicionado a situações, mas ele é incondicional.

Pr. Edmagno - I.M.R - Colatina

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